domingo, 20 de março de 2011

ૐ... Espírito Livre ...ૐ


Os espíritos livres reconhecem-se pelo olhar porque a luz que brilha nos seus olhos é a mesma que brilha nas estrelas, não resistem a mostrar aos outros as constelações dos céus e, dançam juntos quando chega a luz da madrugada.
Olha nos olhos de um desconhecido, fala de amor à 1ª vista, de almas gêmeas, defende ideias que parecem ridículas, chora mágoas e decepções antigas, alegra-se com novas descobertas, diverte-se, brinca, é irreverente, faz perguntas inconvenientes, diz tolices, disfarça-se de louco quando sofre de lucidez e, dança com os seus companheiros.
Já agiu muitas vezes incorretamente, já trilhou caminhos que não eram seus e perde-se, vezes sem conta, em labirintos até recuperar novamente o seu caminho, já disse sim quando queria dizer não, já feriu os que mais ama, já foi a muitas festas e procurou a paz, a esperança e o amor na música, nos lugares, nos outros..
Um espírito livre cai muitas nestes abismos, mas quando reúne todas as suas forças para sair, descobre que é dentro de si que encontra o amor, a paz, a luz.. então vive a esperança de ser melhor do que é.. e dança enquanto caminha..
Senta-se num lugar tranquilo da floresta e procura não pensar em nada: descansa, contempla, presta atenção à sua respiração, ao voo do pássaro, ao aroma da flor e, conectando-se com a alma do universo, anda suavemente, sente que participa na dança universal e.. flutua enquanto dança..
No caminho que livremente escolheu, sabe que tem de lidar com pessoas que não têm atenção às pequenas coisas, que não sabe que tudo é uma coisa só, que cada ação nossa afeta todo o planeta, que cada pensamento nosso se estende muito para além da nossa vida, que cada minuto pode ser uma oportunidade para nos transformarmos, que estamos no mundo não para combater o mal ou condenar e julgar o outro e.. dança enquanto ama.
Mas porque é um peregrino, um caminhante em busca espiritual, um mendigo do amor, um espírito livre senta-se à roda da fogueira e dá boas vindas aos estranhos. Usa a sua intuição e não desespera quando o acham louco ou a viver um mundo de fantasia. Não tem certezas mas sabe que nem todos os caminhos são para todos os caminhantes e... ensaia novos compassos de dança..
E segue em frente, faz pontes entre o céu e a terra, entre a vida profana e a espiritualidade a que se aspira, entre o visível e o invisível, entre o compreensível e o indizível e então, outros se aproximam, reúnem-se e iniciam o seu caminho à volta dos seus ritos, símbolos e mistérios.. e dançam à roda da fogueira.. Conhece o silêncio com a linguagem do indizível, do que não se explica, apenas se sente. Conhece o poder das palavras. Não quer parecer ser.. ele simplesmente é..
Não sabe de onde veio nem para onde vai, mas sabe que está cá para amar. Sabe que sem amor, ele simplesmente não é.. então, mergulha com paixão na vida, olha com doçura ou serenidade o mais velho ou a criança, reconhece no seu olhar toda a história da sobrevivência da humanidade e.. ri e dança com os seus companheiros..
Sabe que é livre para escolher: passa noites de insônia, interroga-se pelo sentido da vida, sobre o que é definitivo e o que é passageiro, questiona as aparências, as fórmulas, as opiniões dos outros, se vale a pena tanto esforço.. é, então, capaz e largar tudo e correr para a aventura porque resiste a viver um papel que os outros escolheram para si. As
suas decisões são sempre tomadas com coragem e loucura, inventando novas coreografias, ao sabor dos ritmos cósmicos, de noite ou de dia, à luz ou nas trevas, no inverno ou no verão.. dança.. dança..
Um espírito livre ... e tu?

fonte :http://www.freesurfer.com.br/Debyoga

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